O colesterol alto é geralmente associado a maus hábitos alimentares e sedentarismo, mas o que pouca gente sabe é que essa alteração também pode ter causa genética. Trata-se da hipercolesterolemia familiar (HF), doença que provoca início precoce de aterosclerose (obstrução das artérias), aumentando de 10 a 20 vezes o risco de infarto e acidente vascular cerebral (AVC), segundo dados divulgados pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP (Incor).
A falta de conhecimento da população acerca da doença se manifesta em uma estimativa alarmante:
“Cerca de 90% dos portadores não sabem que a têm”, explica o cardiologista do Hospital do Coração de Niterói (Centrocardio), José Antônio Abi Ramia, lembrando que a HF é responsável por 5% a 10% dos infartos em pessoas com menos de 50 anos e 50% dos casos de mortes.
Abi Ramia diz ainda que a doença é mais comum em pessoas de origem sul-africana, franco-canadense e libanesa, o que não exclui sua incidência noutros povos. Estimativas mundiais apontam que 10 milhões de pessoas sofram com a HF, dentre as quais menos de 10% são diagnosticadas e menos de 25% fazem uso de medicamento ou se tratam.
Na maioria das vezes, a doença se manifesta ainda na infância e adolescência, e é agravada por fatores como a má alimentação. Sobre sintomas físicos, destacam-se o halo senil, anel opaco esbranquiçado ao redor da íris, mais comum em idosos; e os xantomas e xantelasmas, acúmulos de gordura no corpo que levam à formação de caroços principalmente nos tornozelos e ao redor das pálpebras. Porém, nem sempre eles se manifestam, o que complica o diagnóstico da doença. Por isso, torna-se importante a realização do lipidograma com frequência. A partir dos 20, deve ser feito a cada cinco anos, segundo orientação do Ministério da Saúde.
Segundo o médico, a forma mais eficaz de diagnosticar o problema é através do exame genético ou genotipagem. Este, no entanto, além de restrito a poucos estabelecimentos clínicos, é um exame caro, sendo recomendado apenas para pessoas que constatarem LDL (colesterol ruim) acima de 200 mg/dl, e ao mesmo tempo tiverem histórico de doença cardiovascular na família. Nestes casos, recomenda-se que o teste seja feito também em familiares, já que o risco de incidência da doença em parentes de primeiro grau é de 50%.
A médica assistente da Unidade Clínica de Lípides do Incor, Viviane Rocha, explica que a forma mais grave da doença é a homozigótica, quando é herdada tanto do pai quanto da mãe. É a mais associada à doença arterial coronariana grave e precoce, podendo levar seus portadores ao óbito antes dos 30 anos. A outra forma é a heterozigótica, quando o gene causador é herdado de apenas um dos pais. Menos rara, ela atinge uma em cada 500 pessoas, ou seja, quase 400 mil brasileiros. Em relação ao tratamento, além de uma dieta saudável e a prática regular de exercícios, é comum o uso de medicamentos, como as estatinas.
“Apenas quando a doença é diagnosticada na infância o médico procura retardar ao máximo o uso do medicamento e o tratamento consiste basicamente no controle alimentar”, acrescenta Viviane.
O que é colesterol?
O que é HF?
HDL colesterol bom
Níveis de colesterol compatíveis com HF
Colesterol total
Maior que 270 mg/dl
Maior que 270 mg/dl
LDL colesterol ruim
Maior que 200 mg/dl
Maior que 200 mg/dl
Fonte : O Fluminense
Post super interessante.
ResponderExcluirParabéns pessoal da BFM!