Pular para o conteúdo principal

A menstruação só vem quando elas querem. Método é cada vez mais escolhido


Um estudo inédito feito com 1,1 mil médicos brasileiros revelou que 94% dos entrevistados já prescreveram anticoncepcional em regime contínuo, sendo 78% com o objetivo de promover o bem-estar da mulher. O método tem como principal efeito a suspensão da menstruação e 93% dos ginecologistas disseram já ter recebido alguma paciente interessada em fazê-lo.
 
A pesquisa foi liderada pelo ginecologista Luciano Pompei, da Faculdade de Medicina do ABC, e realizada nas cinco regiões do País. Os resultados apontam, ainda, a relação da prescrição do método ao combate de algumas doenças ginecológicas, como a dismenorreia (cólica menstrual intensa) e a endometriose (caracterizada por fortes dores e hemorragia).

Segundo Pompei, o atual perfil da mulher brasileira é parecido com o do cenário mundial. Pesquisas com brasileiras, alemãs e norte-americanas mostram que cerca de 35% gostariam de nunca menstruar, eliminando os desconfortos da TPM e do período menstrual, fatores que podem comprometer a qualidade de vida da mulher, até mesmo no trabalho.
 
Para a ginecologista Vera Fonseca, diretora administrativa da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a suspensão “é uma opção que deve ser avaliada de forma individual pelo médico”. E quando a vontade parte da paciente, ela não vê problema desde que sejam levados em conta fatores de risco.

Parar a menstruação não prejudica a saúde, mas o tratamento com uso de hormônio tem contraindicações: não deve ser iniciado em pacientes com histórico familiar de trombose e câncer de mama; hipertensos, diabéticos, doentes hepáticos e fumantes a partir de 35 anos. 
Além disso, algumas mulheres não se adaptam ao tratamento, como a estilista Érica Facuri, de 40 anos. Há cinco anos, cansada de sofrer com a TPM, quando é acometida por fortes cólicas, dor de cabeça e irritabilidade, ela tentou interromper a menstruação, mas após cinco meses de uso contínuo da pílula, desistiu.
“Fiquei muito inchada e isso me deixou muito desconfortável. Mas ainda não desisti, estou em busca de novos métodos para acabar de vez com os sintomas da TPM”, acrescenta. 
A reação de Érica ao método foi oposta a da irmã, a secretária Giselle Resende de Oliveira, 51, que também resolveu deixar de menstruar há cerca de cinco anos.

“Não tive filhos, e quando me separei, decidi iniciar o tratamento. Foi uma decisão por conta própria, que felizmente deu certo. Faço exames periódicos e está tudo bem. Posso ir a qualquer lugar, fazer atividades físicas quando quero, sem o impedimento da menstruação”, diz.
O ginecologista Hugo Miyahira, vice-presidente da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Estado do Rio (Sgorj), esclarece que a suspensão da menstruação é uma forma de tratamento usada desde os anos 70 e que deve ser cogitada sempre considerando o binômio: vantagem x desvantagem.
 
Ele explica que a menstruação acontece devido à queda acentuada de hormônio durante determinado período do ciclo menstrual, fazendo com que o endométrio desabe. Os tratamentos de contracepção contínuos impedem a variação do nível hormonal e, com isso, que o endométrio cresça. Por isso, são indicados em casos de endometriose, em que a paciente não teria mais sintomas e se recuperaria sem necessidade de cirurgia; pré-operatório de mioma; alguns casos de anemia acentuada e doenças de coagulação.

A suspensão da menstruação pode ser feita pelo uso da pílula (estrogênio e progestógeno) sem intervalo; por implantes subcutâneos de estrogênio e testosterona; ou com injeções trimestrais à base de progesterona. Mas independente da forma como a dose de hormônio é ministrada, pode causar efeitos colaterais, como ganho de peso. O implante alteraria ainda o perfil lipídico, aumentando o LDL (colesterol ruim) e facilitando o risco de doenças cardiovasculares por meio da aterosclerose (entupimento das artérias).
 
“O processo modifica a fisiologia do corpo da mulher e cabe ao médico avaliar, em caso de pedido pela paciente, quando não há indicação médica para prescrição, essa possibilidade, sempre esclarecendo suas vantagens e desvantagens. As injeções têm altas doses de progestógenos que engordam e a paciente que hoje pesa 58 quilos deve estar ciente de que após essas aplicações pode chegar aos 68, 70 quilos”, destaca Miyahira.
 
O ginecologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Achilles Cruz, ressalta que a mulher que já faz uso da pílula com pausa, ao migrar para o regime contínuo tem chances praticamente nulas de desenvolver algum efeito adverso adicional.
 
“O que pode ocorrer apenas é um sangramento inesperado ou spotting, que são aquelas manchas comuns no período menstrual. Isso é normal, e pode acontecer nos três meses iniciais”, alerta.


Fonte : O Fluminense

Comentários

Populares

Campanha Hanseníase 2018

Fonte: Portal da Saúde

Curso de Eletrocardiograma

Com o Professor Ademir Batista da Cunha Local : Centro de Convenções do Barra Shopping - Avenidas das Américas, 4666 - 3º piso - Barras da Tijuca - Rio de Janeiro Início : 22/11/2011 Término : 17/01/2012 Aulas às terças-feiras das 18h às 21h Inscrições e informações Rua Figueiredo Magalhães, 219/401 - Copacabana Telfax : 2256-5191 / 2235-0856 Cel.: 9246-6514 / 92385775 E-mail: ecgtotal1989@gmail.com

UFF responde: Alzheimer

  Doença de causa desconhecida e incurável, o Alzheimer é a forma mais comum de demência e afeta, principalmente, idosos com mais de 65 anos. Identificada inicialmente pela perda de memória, pessoas acometidas pela doença têm, a partir do diagnóstico, uma sobrevida média que oscila entre 8 e 10 anos, segundo o  Ministério da Saúde  .  Em um  Relatório sobre Demência , a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que mais de 55 milhões de pessoas no mundo possuem algum tipo dessa doença, sendo mais de 60% dessas pessoas habitantes de países de baixa e média renda. A previsão é de que esse número ultrapasse mais de 130 milhões no ano de 2050. Outros dados apresentados na publicação indicam que a demência é a sétima maior causa de morte no mundo e que, em 2019, representou um custo global superior a 1 trilhão de dólares. Com o intuito de criar ações para o tratamento e a conscientização sobre a Doença de Alzheimer e de demências, em junho de 2024, foi instituída a...

Saiba como proteger seus filhos dos perigos da internet

O boato de que o desafio da Momo (boneca virtual que orienta crianças a se machucarem) estava no YouTube Kids e notícias sobre grupos de bate-papos online sobre violência, frequentados pelos assassinos do massacre em Suzano (SP), ligaram sinal de alerta para pais e responsáveis. O que crianças e jovens estão fazendo na internet e como protegê-los? Especialistas garantem que orientá-los sobre como se comportar nestes ambientes é a melhor maneira de defendê-los de conteúdos impróprios. — A mesma postura dos pais, que já orientam a não conversar com estranhos no mundo real, deve ser tomada em relação à internet — explica a educadora Andrea Ramal. A conversa sobre o mundo virtual pode ser uma deixa para reforçar os valores daquela família, mostrar o que é certo e errado e aconselhar os filhos a como se comportar em situações nas quais são desafiados, como no caso da Momo. — São os princípios éticos desenvolvidos desde a infância que asseguram a autoconfiança nos momentos em que ...

Filha de Júnior Lima sofre doença rara; entenda o que é a síndrome nefrótica

  O cantor Junior Lima e a mulher dele, Mônica Benini, publicaram um vídeo em suas redes sociais comunicando que a filha deles, Lara, de 3 anos, foi diagnosticada com síndrome nefrótica, uma condição rara que afeta os rins, levando à perda excessiva de proteínas na urina. “Não costumamos abrir nossa intimidade, ainda mais se tratando de filhos, mas aconteceu algo e julgamos muito importante trazer aqui como um alerta para outras famílias que possam viver algo parecido”. O casal revelou que a doença surgiu na menina como uma alergia no olho que fez a região inchar. Eles procuraram médicos, especialistas e alergistas até chegar ao diagnóstico certeiro de síndrome nefrótica. Na maioria dos casos, a síndrome pode ser congênita (rara) e/ou adquirida por um problema de saúde secundário, por doenças infecciosas, autoimunes, diabetes, hepatite ou doenças sistêmicas, como o lúpus. Além disso, existem casos em que a doença é transmitida geneticamente. Sintomas Inchaço nos tornozelos e nos pé...