Com a chegada do verão, muitas pessoas já começam a pensar nas
medidas preventivas para evitar doenças como a Dengue, já que o mosquito
Aedes aegypti, responsável pela contaminação, costuma se reproduzir com
mais facilidade nas altas temperaturas.
As medidas preventivas anunciadas pelo Ministério da Saúde para
evitar as epidemias já são conhecidas, mas o que muita gente ainda não
conhece é que um outro mosquito tem matado mais que a Dengue no Brasil.
Conhecido como Lutzomyia longipalpis, é uma espécie de mosquito-palha
responsável por transmitir a leishmaniose visceral, que de 2000 a 2011
matou mais do que a Dengue em algumas regiões do Brasil.
Um levantamento feito com base em números do Ministério da Saúde
mostra que, nos últimos 11 anos, a leishmaniose provocou 2.609 mortes em
todo o País, enquanto a dengue foi responsável por aproximadamente
2.847 mortes.
O mesmo levantamento aponta que nesse mesmo período os casos de
vítimas da doença quase dobraram no sudeste, região mais populosa do
País. De 314 casos registrados em 2000, subiram para 592 no ano passado.
O dado mais preocupante é que o número de mortes foi quase seis vezes
maior, saltou de 9 para 52.
O Lutzomyia longipalpis é um mosquito noturno, por isso os mesmos
inseticidas usados para controlar o Aedes não têm efeito residual. Ou
seja, pode até desalojar o vetor da leishmaniose temporariamente, mas
não o elimina.
O biólogo da Associação Brasileira de Controle de Vetores e Pragas -
ABCVP - Jair Rosa Duarte explica que é preciso eliminar todas as
condições de proliferações de insetos nas residências, para diminuir os
riscos de contaminação pelo mosquito.
Segundo Jair, não existe nenhum tipo de semelhança morfológica entre o
Aedes aegypti e o Lutzomyia longipalpis, pois pertencem a grupos
distintos de insetos.
“Ambos picam e são hematófagos, mecanismo pelo qual ocorre a
transmissão de patógenos. Ambos são insetos voadores, o que facilita a
dispersão e dificulta seu controle”, esclarece.
Ainda de acordo com o biólogo, os principais sintomas da leishmaniose
visceral ou calazar são febre intermitente com semanas de duração,
fraqueza, perda de apetite, emagrecimento, anemia, palidez, aumento do
baço e do fígado, comprometimento da medula óssea, problemas
respiratórios, diarreia, sangramentos na boca e nos intestinos.
Fonte : O Fluminense
Comentários
Postar um comentário