Uma das principais causas de infertilidade feminina, a endometriose
afeta cerca de seis milhões de brasileiras. Embora se trate de uma
doença com sintomas claros, muitas pacientes demoram de sete a dez anos
para procurar ajuda médica, o que reduz muito a possibilidade de
gravidez. Coordenador da campanha anual de conscientização sobre a
endometriose, que termina neste sábado, o ginecologista Cláudio Crispi
afirma que o diagnóstico precoce aumenta em 70% as chances de a mulher
engravidar.
— A doença não tem cura, mas o tratamento melhora a
dor e a fertilidade — diz o especialista, que coordenou o congresso
Endometriose in Rio, no último fim de semana. — A recomendação é ir ao
médico assim que surgirem os sintomas. As pacientes tendem a sublimar os
sinais da endometriose por acharem que sentir muita cólica é normal.
Mais
da metade das mulheres com cólicas intensas tem a doença, que atinge
15% da população feminina entre 15 e 45 anos. Entre as causas da
endometriose, estão fatores genéticos e alterações no sistema de defesa.
O
diagnóstico é feito por meio de vídeo-laparoscopia, técnica que permite
ao médico visualizar a cavidade abdominal por meio de pequenos
orifícios. Se a endometriose não for tratada, além da fertilidade
comprometida, a mulher corre o risco de ter que retirar parte do
intestino e do aparelho urinário.
— Como o endométrio cresce fora o útero, os órgãos internos grudam e é necessário fazer cirurgia — explica Cláudio Crispi.
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