Pular para o conteúdo principal

Baixa cobertura vacinal aumenta risco de casos de rubéola e caxumba no país

A baixa cobertura vacinal que facilitou os surtos de sarampo em curso em São Paulo, Pará e Rio de Janeiro pode trazer de volta doenças como a rubéola e a caxumba, ambas também prevenidas pela vacina tríplice viral.
O alerta é de Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). Ela ressalta a necessidade de que toda a população tome a tríplice viral — quem não lembra se tomou quando criança deve tomar outra, por segurança.
O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira nova recomendação: a de que crianças — de seis meses a menores de um ano de idade — tomem a “dose zero” pelo menos 15 dias antes de viajar para municípios em situação de surto ativo do sarampo no país.
O ministério registrou, nos últimos 90 dias (5 de maio a 3 de agosto), 907 casos confirmados de sarampo no Brasil, em três estados: São Paulo (901), Rio de Janeiro (5) e Bahia (1).
De acordo com dados preliminares da pasta, a cobertura vacinal da tríplice viral foi de 90,8%, quando a meta é de imunizar 95% das crianças a partir de 1 ano.
Qual é o risco real da volta de doenças como caxumba e rubéola?
O problema da rubéola é que é uma doença assintomática. As pessoas podem ser infectadas e transmitir a doença sem saber. Se alguém entra no Brasil com rubéola e espalha o vírus, podemos voltar a ter esta síndrome nas crianças. Estas duas doenças são consideradas leves, de evolução benigna. Mas o maior problema com a volta da rubéola é o reaparecimento de casos de síndrome da rubéola congênita (SRC), que afeta bebês cujas mães tiveram rubéola na gravidez. Esta doença causa surdez ou cegueira, lesão no coração, malformações no cérebro e deficiência mental. Mas tudo isso é muito simples de ser evitado: basta se vacinar.
Como a SBIm vê o atual surto de sarampo no país?
Já estávamos em alerta desde o ano passado, quando começaram os casos da doença em Roraima, por conta (da situação) dos venezuelanos. A volta do sarampo é consequência da baixa cobertura vacinal no país. Parece que as pessoas não acreditam nas coisas que não veem. De dez pessoas que não foram vacinadas e tiveram contato com uma pessoa contaminada pelo sarampo, nove vão adoecer. Se não aumentarmos a cobertura vacinal, voltaremos a ter o sarampo como antigamente, quando a doença era uma das principais causas de mortalidade infantil.
Como se prevenir contra o sarampo?
A única maneira de prevenção contra o sarampo é por meio da vacinação. A vacina responsável é a tríplice viral, que além do sarampo previne também contra a caxumba e a rubéola. Há uns 4 anos vivemos surtos esporádicos de caxumba. O sarampo já voltou, esperamos que a rubéola não seja a próxima doença a voltar.
Para quem a tríplice viral é recomendada?
Todas as pessoas devem tomar duas doses da vacina durante a vida. A vacina não é recomendada para pessoas com o sistema imunológico comprometido, gestantes e crianças com menos de seis meses. A tríplice viral é uma vacina que faz parte do Calendário Nacional de Vacinação e pode ser tomada em qualquer posto de saúde gratuitamente. Não espere algo acontecer, vacine-se logo.
Quem não tem certeza se foi de fato vacinada, deve ir a uma clínica ou posto de saúde e tomar uma dose?
Se você tem dúvidas, o recomendado é tomar sim. Se a pessoa só tomou uma dose, deve ser vacinada com a segunda. Se a pessoa não se lembra de ter tomado nenhuma, deve tomar as duas doses da tríplice viral. A recomendação do Ministério da Saúde é que adultos com idades entre 30 e 49 anos, que não tomaram nenhuma dose, tomem a dose única da vacina. Mas a SBIm recomenda a imunização em duas doses.
Qual é a importância da segunda dose?
Uma dose é capaz de proteger a pessoa da doença, mas não com tanta eficiência. Por isso, dependendo da idade, a proteção só será completa com a segunda dose. Ela é que vai garantir a proteção.
Fonte: Jornal Extra

Comentários

Populares

Campanha Hanseníase 2018

Fonte: Portal da Saúde

UFF responde: Alzheimer

  Doença de causa desconhecida e incurável, o Alzheimer é a forma mais comum de demência e afeta, principalmente, idosos com mais de 65 anos. Identificada inicialmente pela perda de memória, pessoas acometidas pela doença têm, a partir do diagnóstico, uma sobrevida média que oscila entre 8 e 10 anos, segundo o  Ministério da Saúde  .  Em um  Relatório sobre Demência , a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que mais de 55 milhões de pessoas no mundo possuem algum tipo dessa doença, sendo mais de 60% dessas pessoas habitantes de países de baixa e média renda. A previsão é de que esse número ultrapasse mais de 130 milhões no ano de 2050. Outros dados apresentados na publicação indicam que a demência é a sétima maior causa de morte no mundo e que, em 2019, representou um custo global superior a 1 trilhão de dólares. Com o intuito de criar ações para o tratamento e a conscientização sobre a Doença de Alzheimer e de demências, em junho de 2024, foi instituída a...

Faculdade de Medicina da UFF celebra 100 anos com nova sede e programação especial

  A UFF celebrou, ontem (1), o centenário da Faculdade de Medicina. O evento, realizado no teatro da universidade, contou com a presença de autoridades acadêmicas e civis, docentes, servidores, estudantes e ex-alunos, reunindo gerações que marcaram a história da unidade. A programação contou com a conferência “ A Medicina nos últimos 100 anos ”, ministrada pela professora Eliete Bouskela, presidente da Academia Nacional de Medicina, além de homenagens a personalidades e ex-professores que contribuíram para a trajetória da unidade e da apresentação do Quarteto de Cordas. Na ocasião, foram entregues medalhas e troféus comemorativos, simbolizando o reconhecimento ao legado de excelência, ética e compromisso social da Faculdade de Medicina ao longo de um século. Quarteto de Cordas durante a solenidade do centenário da Faculdade de Medicina da UFF. Foto: Joaquim Guedes/SCS Com uma trajetória marcada pela excelência na formação de profissionais e pelo compromisso com a saúde pública, a u...

Vacina experimental pode trazer alívio para alergia a amendoim

Um estudo publicado no "Journal of Allergy and Clinical Immunology" nesta quarta-feira (11) demonstra como vacinas podem ser utilizadas com sucesso no tratamento de alergias. Uma boa parte das alergias ocorre quando o sistema imunológico percebe alguns alimentos como "invasores" a serem atacados. Como se o amendoim virasse um vírus, por exemplo. A partir dessa premissa, assim, cientistas da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, desenvolveram uma vacina capaz de fazer com que o sistema imune não reaja a substâncias presentes no amendoim como se elas fossem atacar o organismo. Em testes em camundongos, três doses mensais de uma vacina aplicada pelo nariz protegeram ratos de reações alérgicas. Ao todo, a vacina foi desenvolvida após quase duas décadas de estudo. Os ratos responderam às alergias a amendoim de forma similar aos humanos afetados, com sintomas que incluíam coceira na pele e dificuldade para respirar. O estudo avaliou a proteç...

Huap-UFF é o primeiro hospital de Niterói (RJ) a realizar criobiópsia de nódulo pulmonar por meio de ecobroncoscopia

  O Hospital Universitário Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense (Huap-UFF), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), realizou pela primeira vez um procedimento de criobiópsia de nódulo pulmonar guiado por ultrassonografia endobrônquica radial. O uso da técnica, que é um avanço no diagnóstico precoce do câncer de pulmão, torna o Huap a única instituição a oferecer esse tipo de exame pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na região metropolitana II do Rio de Janeiro. O procedimento, realizado no último dia 22 de agosto, é um marco na modernização do parque tecnológico do Serviço de Endoscopia Digestiva e Respiratória do Huap-UFF e  faz parte das ações do projeto “Integra – uma proposta de integração academia/serviço”,  aprovado pelo edital Nº 15/2023, da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, que garantiu o valor de R$4.438.000 (quatro milhões, quatrocentos e trinta e oito mil reais) para 24 m...