A amamentação ganha um olhar especial duranta a Semana Mundial de Aleitamento Materno, que vai até o dia 7. O período tem por objetivo alertar para os benefícios da prática. Mas nem todas as mães podem compartilhar este momento de nutrição e carinho com os seus filhos. Foi o caso de Caroline Borim, de 33 anos. Por conta de um câncer de mama, ela precisou fazer mastectomia total do lado direito e retirar 80% da mama esquerda.
— Desde essa data, eu sabia que não poderia amamentar ou que teria dificuldade para isso. É curioso pensar que a gente tem a alegria por ter superado um câncer, mas a tristeza por não conseguir amamentar — conta.
Essa e outra causas podem impedir ou diminuir as chances de amamentação, como explica a ginecologista e obstetra da Perinatal Livia Migowski:
— Além das mães que não podem amentar por problemas médicos, como as que vivem com o vírus HIV, sabemos que mulheres submetidas a estresse intenso ou que usam alguns tipos de medicações podem não produzir leite. Mães que tiveram bebês que permaneceram na UTI após o parto ou que nasceram prematuros também podem ter mais dificuldade para amamentar. Normalmente, essas barreiras são vencidas com muitas tentativas, paciência e com ajuda de um profissional treinado.
Há situações nas quais a amamentação deve ser suspensa por tempo determinado. Isto ocorre, por exemplo, quando a mãe precisa tomar, por algum motivo, a vacina contra a febre amarela e ainda amamenta uma criança de menos de 6 meses. Nesses casos, a recomendação é suspender por dez dias para evitar a chance de transmissão do vírus vacinal.
Libertar-se da culpa é fundamental
“Senti culpa por achar, a todo momento, que ela poderia não estar tendo a alimentação correta, ou, mais do que isso, que ela não teria os anticorpos que somente a amamentação poderia prover” , lembra Caroline, mãe de Bella, de 2 anos.
Libertar-se da culpa é fundamental para mãe e bebê. Não amamentar não significa ser menos mãe do que aquelas que tiveram esta oportunidade.
— Quando a mãe está impossibilitada de amamentar, é completamente possível demonstrar amor ao filho através de ações como pegar no colo, brincar, dedicar tempo de qualidade — diz o psicólogo Romanni Souza.
Nos casos das crianças que não podem ser amamentadas com o leite da mãe, uma das soluções são as fórmulas infantis.
— Fórmulas infantis surgem como solução para nutrir os recém-nascidos de mães que não podem amamentar. Essas fórmulas tentam mimetizar o leite materno, porém deve-se esclarecer que não há fórmula capaz de copiar esse alimento com excelência — finaliza Amanda Martins, pediatra neonatologista da Perinatal.
Como fica a alimentação dos bebês
Até os 6 meses
Deverá ser utilizada uma fórmula infantil para lactentes especial para este primeiro semestre de vida. O produto deverá ser indicado pelo pediatra do bebê
No segundo semestre
A partir do sexto mês, recomenda-se uma fórmula infantil de seguimento para lactentes. Essas fórmulas apresentam composição nutricional capaz de satisfazer por si só as necessidades nutricionais do bebê que não tem acesso ao leite humano
Introdução alimentar
Bebês que não foram amamentados com leite humano devem começar a introdução alimentar aos seis meses, assim como as demais crianças. Durante a introdução alimentar, os alimentos sólidos apenas complementam o aleitamento, seja por leite materno ou por fórmulas. Sendo assim, o consumo da fórmula infantil deve ser continuado até os 12 meses nas crianças em uso da mesma para garantir o aporte nutricional nesse momento de transição
Atenção na complementação
É recomendado que a criança receba os alimentos com maior frequência, com cinco refeições (duas papas principais e três de leite, além das frutas), pois a criança que não recebe leite materno corre maior risco nutricional
Vitaminas
A maioria não é sintetizada pelo organismo e necessita ser ingerida por meio da alimentação, que deve ser balanceada, independentemente do tipo de leite ofertado. No caso de alimentação deficiente com risco de carência, a vitamina deve ser suplementada.
Suspensão temporária de leite
Para não precisar da fórmula, o ideal é a mulher se programar para tentar retirar o leite antes da suspensão e estocar para ser oferecido para a criança durante esse período. O leite pode ser estocado na geladeira por até 12 horas e congelado por até 15 dias, desde que a extração e o armazenamento sejam realizados adequadamente. Além do pediatra, funcionários de bancos de leite podem orientar quanto ao processo.
Fonte: Jornal Extra
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