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Brasil chega a 1.845 casos de sarampo e Ministério da Saúde recomenda vacinação aos seis meses

O Ministério da Saúde divulgou nesta terça-feira um novo balanço do sarampo no Brasil. Até dia 18 de agosto, foram confirmados 1.845 da doença no país, dos quais 1.680 são considerados ativos.
São Paulo concentra 98,9% dos diagnósticos — 1.662 casos ativos —, seguido por Rio de Janeiro (6) e Pernambuco (4). Goiás, Paraná, Maranhão, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Bahia, Sergipe e Piauí apresentaram um caso confirmado. No total, a doença foi diagnosticada em 88 municípios brasileiros.
De acordo com o Secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, não há casos de mortes por sarampo este ano.
Como forma de combater o avanço do sarampo no país, Oliveira anunciou que todos os bebês de 6 meses a 11 meses e 29 dias estão com a indicação de tomar a "dose zero" da tríplice viral. A única ressalva é que ela seja dada com pelo menos 30 dias de diferença da primeira dose, aplicada aos 12 meses. A princípio, a ação deve durar cerca de três meses e alcançar 1,4 milhão de crianças.
— Já tínhamos indicado a dose zero para crianças que viajariam para municípios com o surto e resolvemos ampliar. Estamos fazendo uma ação preventiva por causa dos números de casos neste público — disse.
Mas, de acordo com o secretário, não há necessidade de uma corrida aos postos de saúde. Ele garantiu que há doses suficientes nos municípios para iniciar este reforço. As crianças com menos de um ano de idade são o segundo grupo mais afetado pelo surto de sarampo, ficando atrás apenas dos jovens de 20 a 29 anos.
Não há recomendação para vacinar crianças com menos de seis meses. Para diminuir as chances de infecção pelo vírus do sarampo, os pais devem evitar a exposição de bebês nesta faixa etária a locais com grande concentração de pessoas, principalmente em municípios com surto ativo.
Outra medida anunciada pelo Ministério da Saúde é a vacinação de bloqueio em até 72 horas depois de um caso de suspeita de sarampo. Isto significa que, quando um paciente for atendido com suspeita da doença, pessoas que tiveram contato direto com ele devem receber a dose de imunização, mesmo que já tenham as duas doses na carteira de vacinação.
— Se a partir do primeio caso fizemos a ação de bloqueio, impedimos a disseminação e circulação do sarampo para pessoas suscetíveis. Em paralelo, protegemos crianças menores de um ano contra casos graves e óbitos, e antecipamos as ações de rotina — afirmou Oliveira.
De acordo com dados apresentados pelo secretário, de janeiro a julho deste ano foram distribuídas 10.509.826 vacinas contra o sarampo para onze estados brasileiros. Questionado sobre a possibilidade de compras de mais vacinas junto à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Oliveira afirmou que parte de doses distribuídas para São Paulo foram compradas do órgão.
— Estamos realizando a aquisição de mais imunobiológicos. Distribuímos para São Paulo um volume significativo, foram mais de sete milhões de doses. O consumo nacional é de 2,3 milhões de doses. Então este adicional já foi de aquisições realizadas. Temos trabalhado com os laboratórios para adquirirmos mais — respondeu o secretário.

Doença altamente contagiosa

O sarampo é uma doença infecciosa altamente contagiosa, transmitida por via respiratória. Seu período de incubação, aquele em que a pessoa não apresenta sinais nem sintomas, é de cerca de dez dias. Uma pessoa infectada pode transmitir o vírus mesmo antes do aparecimento das manchas vermelhas, o sintoma mais visível.
O período de transmissão é de quatro a seis dias antes do aparecimento das manchas vermelhas, e até quatro dias depois de elas terem sumido. Após o diagnóstico, a vítima deve ficar isolada por pelo menos quatro dias, pois pode transmitir a doença para outras 18 pessoas, em média.
No quadro clássico, o sarampo causa febre, tosse, coriza e conjuntivite, além das manchas vermelhas no corpo. Mas pode causar, ainda, otite e complicações mais graves, como pneumonia e manifestações neurológicas como encefalite. Segundo especialistas, não é "uma simples virose", e a vacinação é a forma mais eficaz de prevenção da doença.
Fonte: Jornal Extra

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