Pular para o conteúdo principal

Metade dos diabéticos pode ficar cega por não se tratar: Rio lidera ranking da doença

Dados do Vigitel 2018 divulgados semana passada pelo Ministério da Saúde apontam que o Rio de Janeiro é o estado com maior número de diabéticos no Brasil. Dos entrevistados, 9,8% afirmaram terem sido diagnosticados com a doença. A maioria deles (92,8%) disseram que se tratam com medicamentos. Manter a glicemia sob controle é o principal método de prevenção da retinopatia diabética, doença que pode levar o paciente a perder a visão.
— Quem tem a glicemia controlada apresenta menos chance de ter a retinopatia. Mas quem está com ela descontrolada ou esteve com a doença sem controle por muito tempo no passado, mas a estabilizou agora, apresenta grande chances de desenvolver a doença. Cerca de metade dos diabéticos no Brasil corre risco de perder a visão — alerta Marcos Ávila, membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).
A doença se caracteriza pela degeneração da retina, provocada pela ação da glicemia descontrolada no sangue do paciente diabético. O tempo de diabetes também contribui: o risco é maior em quem tem a doença há mais de 15 anos.
— Pacientes diagnosticados com diabetes do tipo 2 (mais comum em pessoas com obesidade, hipertensão e sedentárias) devem ir anualmente ao oftalmologista após descobrirem a doença. Já aqueles que têm o tipo 1 (autoimune e comum em crianças), devem ir a primeira vez ao oftalmologista cinco anos após o diagnóstico — recomenda a endocrinologista Solange Travassos.
O exame de fundo de olho é o caminho para o diagnóstico da retinopatia diabética. Caso encontre alguma alteração, o médico poderá pedir testes complementares, como a tomografia de mácula e a angiografia de retina com contraste.
Diagnóstico precoce reduz risco de cegueira
Por não apresentar sintomas na fase inicial da doença, o acompanhamento da saúde ocular com um oftalmologista é a única maneira de diagnosticar precocemente a retinopatia diabética. Quanto antes a doença for descoberta, mais eficiente será o tratamento e menor são as chances de o paciente ficar cego.
— Com o tratamento, estabilizamos a doença. Depois disso, o paciente precisa continuar controlando seus níveis de glicemia para diminuir as chances de recorrência. Durante dois anos, ele deve voltar ao oftalmologista a cada seis meses. Depois desse tempo, não havendo novos problemas com os olhos, ele pode voltar às consultas anuais — detalha Ávila.
O tratamento pode ser feito com injeções intraoculares antiangiogênicas — de seis a oito aplicações por ano —, ou com laser, mais recomendado para casos em que a doença está avançada.
Tipos da doença
Não proliferativa
Forma inicial da doença que é detectada quando os vasos do fundo do olho estão danificados, causando hemorragia e vazamento de líquido da retina e de sangue, chamado de Edema Macular Diabético. O acúmulo de líquido no fundo do olho pode causar distorção, borramento de visão e até cegueira.
Proliferativa
É diagnosticada quando os vasos da retina ou do nervo óptico estão entupidos e por isso não conseguem levar nutrientes para o fundo do olho e por consequência, há formação de novos vasos para suprir esta necessidade. O problema é que estes novos vasos são anormais, invadem áreas sensíveis dos olhos e causam sangramentos.

Comentários

Populares

Campanha Hanseníase 2018

Fonte: Portal da Saúde

UFF responde: Alzheimer

  Doença de causa desconhecida e incurável, o Alzheimer é a forma mais comum de demência e afeta, principalmente, idosos com mais de 65 anos. Identificada inicialmente pela perda de memória, pessoas acometidas pela doença têm, a partir do diagnóstico, uma sobrevida média que oscila entre 8 e 10 anos, segundo o  Ministério da Saúde  .  Em um  Relatório sobre Demência , a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que mais de 55 milhões de pessoas no mundo possuem algum tipo dessa doença, sendo mais de 60% dessas pessoas habitantes de países de baixa e média renda. A previsão é de que esse número ultrapasse mais de 130 milhões no ano de 2050. Outros dados apresentados na publicação indicam que a demência é a sétima maior causa de morte no mundo e que, em 2019, representou um custo global superior a 1 trilhão de dólares. Com o intuito de criar ações para o tratamento e a conscientização sobre a Doença de Alzheimer e de demências, em junho de 2024, foi instituída a...

Faculdade de Medicina da UFF celebra 100 anos com nova sede e programação especial

  A UFF celebrou, ontem (1), o centenário da Faculdade de Medicina. O evento, realizado no teatro da universidade, contou com a presença de autoridades acadêmicas e civis, docentes, servidores, estudantes e ex-alunos, reunindo gerações que marcaram a história da unidade. A programação contou com a conferência “ A Medicina nos últimos 100 anos ”, ministrada pela professora Eliete Bouskela, presidente da Academia Nacional de Medicina, além de homenagens a personalidades e ex-professores que contribuíram para a trajetória da unidade e da apresentação do Quarteto de Cordas. Na ocasião, foram entregues medalhas e troféus comemorativos, simbolizando o reconhecimento ao legado de excelência, ética e compromisso social da Faculdade de Medicina ao longo de um século. Quarteto de Cordas durante a solenidade do centenário da Faculdade de Medicina da UFF. Foto: Joaquim Guedes/SCS Com uma trajetória marcada pela excelência na formação de profissionais e pelo compromisso com a saúde pública, a u...

Vacina experimental pode trazer alívio para alergia a amendoim

Um estudo publicado no "Journal of Allergy and Clinical Immunology" nesta quarta-feira (11) demonstra como vacinas podem ser utilizadas com sucesso no tratamento de alergias. Uma boa parte das alergias ocorre quando o sistema imunológico percebe alguns alimentos como "invasores" a serem atacados. Como se o amendoim virasse um vírus, por exemplo. A partir dessa premissa, assim, cientistas da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, desenvolveram uma vacina capaz de fazer com que o sistema imune não reaja a substâncias presentes no amendoim como se elas fossem atacar o organismo. Em testes em camundongos, três doses mensais de uma vacina aplicada pelo nariz protegeram ratos de reações alérgicas. Ao todo, a vacina foi desenvolvida após quase duas décadas de estudo. Os ratos responderam às alergias a amendoim de forma similar aos humanos afetados, com sintomas que incluíam coceira na pele e dificuldade para respirar. O estudo avaliou a proteç...

Huap-UFF é o primeiro hospital de Niterói (RJ) a realizar criobiópsia de nódulo pulmonar por meio de ecobroncoscopia

  O Hospital Universitário Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense (Huap-UFF), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), realizou pela primeira vez um procedimento de criobiópsia de nódulo pulmonar guiado por ultrassonografia endobrônquica radial. O uso da técnica, que é um avanço no diagnóstico precoce do câncer de pulmão, torna o Huap a única instituição a oferecer esse tipo de exame pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na região metropolitana II do Rio de Janeiro. O procedimento, realizado no último dia 22 de agosto, é um marco na modernização do parque tecnológico do Serviço de Endoscopia Digestiva e Respiratória do Huap-UFF e  faz parte das ações do projeto “Integra – uma proposta de integração academia/serviço”,  aprovado pelo edital Nº 15/2023, da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, que garantiu o valor de R$4.438.000 (quatro milhões, quatrocentos e trinta e oito mil reais) para 24 m...