Pular para o conteúdo principal

Cientistas descobrem como insulina interage com as células

Um grupo de cientistas de vários países descobriu de que maneira a insulina interage com as células, abrindo um importante precedente para a criação de medicamentos e tratamentos mais eficazes e menos dolorosos contra o diabetes.

A descoberta foi publicada na edição desta quarta-feira (9) da revista “Nature”. O artigo descreve como a insulina muda de formato para se encaixar em seu receptor. Pela primeira vez, os cientistas compreenderam a forma complexa como a insulina utiliza seu receptor para se ligar à superfície das células.

Cientistas de todo o mundo procuravam resolver o mistério de como o hormônio se liga às células desde 1969, quando o Dorothy Hodgkin e seus colegas da Universidade de Oxford, descreveram pela primeira vez a estrutura da insulina.

"Sempre houve um bloqueio para nossa compreensão desde então", disse Michael A. Weiss, professor de bioquímica da Case Western Reserve e um dos cientistas que liderou a pesquisa. "Espero que tenhamos conseguido quebrar esse bloqueio com a descoberta."

De acordo com ele, o resultado têm implicações profundas para pacientes com diabetes.  "Esta nova informação aumenta exponencialmente as chances de desenvolvermos tratamentos melhores, em particular, melhores medicamentos orais, em vez de seringas, canetas ou bombas".

'Aperto de mão molecular'

As células do corpo humano absorvem o açúcar a partir dos alimentos ingeridos para gerar energia. No entanto, a glicose não pode penetrar a membrana celular sem a ajuda da insulina, um hormônio produzido por células endócrinas no pâncreas. Para absorver o açúcar, a maioria das células tem "receptores" de insulina que se ligam ao hormônio assim que ele entra na corrente sanguínea.

Utilizando métodos de genética molecular, os cientistas inseriram sondas que, por sua vez, são ativadas por luz ultravioleta dentro do receptor. O procedimento cria imagens tridimensionais altamente detalhadas, as quais forneceram importantes respostas aos cientistas.

"Tanto a insulina quanto seu receptor sofrem um rearranjo enquanto interagem", explicou o professor Mike Lawrence, Divisão de Biologia Estrutural do Instituto de Pesquisa Médica Walter e Eliza, em Melbourne, na Austrália. "Um pedaço da insulina se desdobra para fora e peças-chave de dentro do receptor se movem para envolver o hormônio. Você pode chamar isso de ‘aperto de mão molecular’".

Para os cientistas, compreender os mecanismos de ligação abre precedente para possíveis avanços na maneira como a diabetes é tratada, em alguns casos com injeções diárias e múltiplas doses de insulina.

"Essa compreensão é fundamental para o desenvolvimento de insulinas novas para o tratamento da diabetes," acredita Lawrence. "Podemos agora explorar esse conhecimento para projetar novos medicamentos de insulina, com propriedades melhoradas, o que é muito emocionante".

Tratamento

A descoberta, explica Michel Weiss, sugere que mirando pequenas moléculas "para sinalizar as fendas” do receptor podemos permitir alternativas para injeções, bem como menos doses por dia.
 
Agora, os cientistas acreditam que será possível melhorar as propriedades da insulina para que ela não necessite ser tomada com tanta frequência pelos pacientes. O estudo também pode trazer avanços no tratamento da doença em países em desenvolvimento, por meio da criação de medicamentos mais estáveis e menos propensos a degradar-se caso não sejam mantidos frios.

Os portadores de diabetes têm altas taxas de açúcar no sangue por conta da produção inadequada de insulina. A doença pode causar sérias complicações, que vão de males cardíacos, derrame e pressão alta, à cegueira e problemas renais.

De acordo com o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos, o diabetes afeta quase 26 milhões ou mais de 8% da população americana.

A Austrália também está enfrentando uma crescente epidemia de diabetes tipo 2. Existem hoje cerca de um milhão de australianos que vivem com diabetes e são realizados cerca de 100 mil novos diagnósticos da doença a cada ano.

dIABETES (Foto: Arte/G1)
 
Fonte : G1

Comentários

Populares

UFF Responder: Dengue

 🦟 A elevação do número de casos de dengue no Brasil tem sido motivo de preocupação no âmbito da saúde pública. Entretanto, com a campanha de vacinação, a esperança é que a população esteja imunizada e que a mortalidade caia.  🤔 Para esclarecer as principais dúvidas acerca da dengue, conversamos com a professora Cláudia Lamarca Vitral, do Departamento de Microbiologia e Parasitologia da UFF. 💬 A docente aborda temas como as razões para o aumento dos casos, as diferenças entre os sorotipos do vírus, sintomas, infecções simultâneas e as principais medidas no combate à proliferação da doença. Além disso, também elucida questões sobre a tão esperada vacina. Leia a matéria completa pelo link: https://bit.ly/3SuOZXV #UFFResponde

Janeiro Branco

 Saúde mental em foco aqui na Universidade com o Janeiro Branco. 💙 O movimento criado propositalmente no primeiro mês do ano amplia a perspectiva de discussão sobre saúde mental e reforça a necessidade de ações de prevenção, que estimulem a qualidade de vida de todos.  Aqui na UFF, diferentes ações institucionais corroboram com esse propósito. Confira: ▶ Projeto Gato em teto de zinco quente: voltado para as grandes dificuldades psíquicas apresentadas por estudantes e egressos da UFF, e, também, pelas crianças e jovens do COLUNI. Para marcação, ligar: 2629-2664 ou 998117129. Mais informações: subjetividadefeuff@gmail.com ▶ Projeto Saúde e Bem estar da UFF: disponibiliza escuta psicológica para servidores e estudantes. Saiba mais em (21) 96743-8502 ou sabegra.uff@gmail.com. Siga o perfil @sabegra.uff ▶ SPA da Escola de Psicologia: disponibiliza vagas para atendimento psicoterápico à comunidade de Niterói. Oferece também espaços de cuidado grupal com a Oficina Vivências Negras, somen

Normas Vancouver curiosidades

Normas Vancouver: dia de um manual muito explicativo Como referenciar e citar seguindo o estilo Vancouver. Elaborado pela professora Jeorgina Getil( Fiocruz), o manual é muito explicativo e vai te ajudar nos trabalhos acadêmicos. Este guia baseia-se nas recomendações das “Normas de Vancouver” - Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals, organizadas pelo International Committee of Medical Journal Editors Vancouver Group (www.icmje.org), documento adotado pela grande maioria das revistas científicas nacionais e internacionais da área. ( GENTIL, 208) Fonte: http://www.fiocruz.br/bibsmc/media/comoreferenciarecitarsegundooEstiloVancouver_2008.pdf

Campanha Hanseníase 2018

Fonte: Portal da Saúde

Getulinho reabre a pediatria

Sem emergência há 1 ano e 2 meses e após o fim da UTI pediátrica por determinação da Vigilância Sanitária Estadual em dezembro, o Hospital Municipal Getúlio Vargas Filho, o Getulinho, no Fonseca, Niterói, retomou  nesta quinta-feira os atendimentos à população, só que no estacionamento. O hospital de campanha montado, com capacidade para atender 300 crianças por dia, foi alívio para a população e deverá durar o tempo das obras de reforma da unidade. “Esperamos atender 150 por dia na primeira semana”, declarou o coordenador-geral da Força Estadual de Saúde, Manoel Moreira. Foram disponibilizados também ambulância e CTI. Ao assumir, o prefeito Rodrigo Neves decretou situação de emergência no atendimento de urgência pediátrica no município e assinou termo de compromisso para a instalação do hospital de campanha com a Força Estadual. Foto: Estefan Radovicz / Agência O Dia   Nesta quinta-feira, a auxiliar de serviç