Com a chegada do verão, os cariocas sempre se deparam com a
possibilidade de uma nova epidemia de dengue. E, de acordo com o
infectologista da UFRJ Edmilson Migowski e também com uma nova pesquisa
realizada pela Fiocruz, há mesmo motivo para preocupação. Depois de
vários dias de calor intenso, o Rio começou a enfrentar ontem fortes
chuvas. São as condições ideais para a proliferação do mosquito
transmissor da doença, o Aedes aegypti.
Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia
Os cientistas da Fiocruz comprovaram a relação das altas temperaturas e
fortes chuvas com o aumento do número de casos de dengue na cidade.
Depois de analisarem o período de 2001 a 2009, constataram que aumento
de 1°C na temperatura mínima num determinado mês ocasiona o crescimento
de 45% nos casos de dengue no mês seguinte.
MARÇO A MAIO: MAIS PERIGO
Ao avaliaram a quantidade de chuva, perceberam que um aumento de 10 milímetros de precipitação causa crescimento
de 6% no número de notificações do vírus no mês seguinte. O relatório
divulgou outro dado importante: a maioria dos casos de dengue é
concentrada no primeiro semestre, especialmente em março, abril e maio.
Para a Fiocruz, o estudo pode justamente ajudar a evitar epidemias
sazonais, já que com os dados é possível melhorar o conhecimento sobre
as épocas mais suscetíveis a surtos.
Migowski, da UFRJ, acredita que o Rio pode enfrentar nova epidemia
neste verão. “O aumento no número de casos entre abril e junho do ano
passado me faz temer que um novo surto aconteça em 2013. Nas outras
epidemias, o processo foi o mesmo. No ano anterior, casos cresciam
nesses meses”.
População deve ficar atenta
Migowski alerta que a população é responsável direta por permitir ou não que uma nova epidemia atinja o Rio.
“Suja ou limpa, não deixe que a água se acumule em nenhum lugar.Os
mosquitos se reproduzem em locais onde consigam se alimentar facilmente.
Logo, estão no nosso quintal”, alerta.
A autora do estudo da Fiocruz, Adriana Fagundes, afirma que a dica de prevenção é a mesma: atenção dentro de casa.
“O criadouro continua sendo o mesmo. A atenção tem que ser redobrada em casa”.
Fonte : O Dia
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