A hérnia de hiato é uma doença anatômica do aparelho digestivo que pode
ou não apresentar sintomas. Se for assintomática, geralmente não precisa
ser tratada; porém, se apresentar sinais como dor, anemia, dificuldade
para comer, queimação e refluxo pode precisar de intervenção médica,
como explicaram o cirurgião do aparelho digestivo Fábio Atui e o gastroenterologista Sergio Szachnowicz.
Pessoas que sofrem com obesidade correm mais risco de desenvolver a
hérnia de hiato porque o acúmulo de gordura na barriga aumenta a pressão
e faz esforço no diafragma, que se alarga com maior facilidade.
A doença acontece justamente por isso, quando a abertura pela qual
passa o esôfago se alarga muito e o estômago, que deveria ficar no
abdômen, acaba passando e subindo para o tórax. Se a hérnia for muito
grande, podem passar também outros órgãos, como o cólon, o intestino
delgado e o baço.
É possível corrigir o problema com uma cirurgia, que leva de volta
esses órgãos do tórax para a barriga e fecha um pouco a abertura do
diafragma para que a hérnia não volte a acontecer.
Porém, o procedimento tem certas limitações - por exemplo, os médicos
evitam operar obesos porque a gordura abddominal pode provocar o
rompimento dos pontos e prejudicar o resultado.
eralmente, a cirurgia é recomendada para quem tem hérnias muito
grandes ou pequenas com muito refluxo, que podem ocasionar esofagites
hemorrágicas, dores fortes e dificuldade para se alimentar. Para
corrigir o problema do refluxo, principal sintoma da hérnia de hiato, o
médico costura o estômago ao redor do esôfago, formando uma válvula que
evita que o conteúdo volte para a garganta.
Porém, cerca de 10% dos pacientes operados voltam a ter hérnia de hiato
10 anos após a cirurgia. Por outro lado, alguns acreditam que, mesmo
após a operação, o refluxo pode voltar, mas isso só acontece se voltarem
a se alimentar de maneira errada e engordarem. Caso volte, pode ser
feita uma nova cirurgia ou o tratamento com medicamentos.
Os médicos ressaltaram também que nem sempre quem tem refluxo tem hérnia de hiato.
O refluxo acontece por causa da flacidez dos músculos do final do
esôfago, que impedem o fechamento completo da válvula, fazendo com que o
conteúdo – seja líquido, pastoso ou até mesmo sólido – chegue à
garganta. Tossir, fazer esforço com a barriga e maus hábitos
alimentares, como comer muito ou comer rápido, podem também causar esse
desconforto. Além da queimação no peito, o refluxo pode causar também
dor torácica, dificuldade para comer, coceira na garganta, tosse,
rouquidão e chiado no peito.
O problema atinge cerca de 20% da população e pode ser diferente entre
crianças e adultos – nos menores, pode acontecer por causa da falta de
maturidade dos músculos do diafragma, problema que termina quando eles
completam 2 anos.
Quem tem refluxo não pode ficar por mais de 3 horas sem se alimentar e
deve comer sempre de forma comedida. Além disso, não pode tomar líquido
durante a refeição ou deitar nas próximas duas horas depois de comer.
Alimentos gordurosos, frituras, frutas ácidas, temperos e bebidas como
café, chá preto e mate devem ser evitados.
Fonte : G1
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