O curso da Iniciativa Hospital Amigo da Criança (Ihac) está sendo realizado, nos dias 27/3 e 3, 10, 17 e 24/4, no Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz). Promovido pelo Comitê de Aleitamento Materno e a Coordenação de Atenção à Saúde do IFF/Fiocruz, o curso atende a um dos requisitos para o Instituto, que este ano comemora 20 anos do título, manter a certificação. O objetivo do curso é capacitar os profissionais da assistência materno-infantil da rede do Sistema Único de Saúde (SUS) do Rio de Janeiro, em especial os novos residentes do IFF/Fiocruz, nas questões de aleitamento materno, rever as estratégias para a renovação do título de Hospital Amigo da Criança, consolidando as boas práticas de apoio ao aleitamento materno, e levar a equipe à reflexão e sensibilização sobre a importância da humanização da assistência com um cuidado centrado na pessoa e na família.
Durante a abertura, uma das coordenadoras do curso, a enfermeira pediátrica e vice-coordenadora do Comitê de Aleitamento Materno do IFF/Fiocruz Nina Aurora Mello Savoldi explicou que o curso fornece conteúdos teóricos e práticos sobre manejo da amamentação que são os alicerces para a adequação dos hospitais aos critérios exigidos pela iniciativa para receberem o título. “O curso se concentra na aplicação de conhecimentos e habilidades dos profissionais de saúde em suas práticas cotidianas, além de uma grande quantidade de evidências científicas e resultados de pesquisa que auxiliarão as instituições no processo de busca e manutenção da certificação”, informou ela. Nesse contexto, a também coordenadora do curso e enfermeira obstétrica Aricelle Ferreira dos Santos contou sobre o trabalho realizado no IFF/Fiocruz. “O credenciamento, conquistado em 1999, foi resultado de esforços de uma equipe multiprofissional que trabalhou arduamente em todas as etapas necessárias. Hoje, continuamos empenhados para manter o título, que possui monitoramento anual e avaliações a cada três anos pelo MS e Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES/RJ)”, completou ela.
Representando as usuárias do IFF/Fiocruz, a paciente Marina Carneiro Monteiro passou por todas as etapas, como visita à maternidade, o parto, puerpério e a consulta no Banco de Leite Humano (BLH). Ela, que é mãe de dois filhos que nasceram no Instituto, um em 2014 e outra em março de 2019, compartilhou com os presentes a sua experiência. “Recebi orientações que foram essenciais quanto a direitos, deveres, serviços, tudo para que estivesse preparada para o grande momento: o parto. Acompanhei o que de fato é ser um Hospital Amigo da Criança e aprendi, dentre várias coisas, que eu poderia usar métodos alternativos para aliviar a dor na sala de parto, escolher a posição do parto e escolher as músicas para este momento especial. Agora, minha filha segue mamando exclusivamente no peito e eu recebendo dicas e atendimentos dos profissionais. A experiência está sendo excelente, me sinto segura. Esse Instituto é um exemplo do SUS para todas as outras maternidades”, disse ela, emocionada.
A seguir, a obstetra e coordenadora do Comitê de Aleitamento Materno do IFF/Fiocruz, Augusta Maria de Assumpção Moreira, esclareceu que a construção do Ihac no Instituto tem toda uma história que culminou com o título e hoje com esse lindo depoimento. “Esses encontros são muito importantes para que o público tenha a oportunidade de compreender como nós chegamos nesse nível e poderem multiplicar em suas instituições”, afirmou ela. A pediatra e coordenadora do Grupo Técnico Interinstitucional de Aleitamento Materno do Estado do Rio de Janeiro (GTIAM/SES/RJ), Maria da Conceição Salomão, enfatizou sobre o período da amamentação. “Nós precisamos de espaços acolhedores porque não é só colocar o bebê no peito. É um grande momento de felicidade, mas também de dúvidas, onde as mães se encontram inteiramente vulneráveis e precisam de apoio”, alegou ela, aproveitando a oportunidade para parabenizar o trabalho em equipe dos profissionais responsáveis pelo curso.
Com a palavra, o coordenador da Rede Global de Bancos de Leite Humano (rBLH), João Aprígio Guerra de Almeida, declarou que a iniciativa possibilita uma importante mudança de comportamento. “O título é consequência, a nossa busca é por qualificação da atenção, mudança de postura e por um novo posicionamento frente aos nossos pacientes. Nós não estamos aqui só para discutir a promoção, mas sobretudo o apoio à mulher e esse entendimento precisa existir. Por isso, também gostaria de saudar a toda equipe da linha de cuidado do IFF/Fiocruz, porque de verdade vocês fazem a diferença”, elogiou ele. O coordenador de Ensino do IFF/Fiocruz Antônio Eduardo Vieira dos Santos falou sobre o protagonismo dos pacientes. “O mais importante que o curso Ihac tem para os nossos profissionais residentes é colocar neles uma semente no que diz respeito ao direito da amamentação e ao acolhimento, sem preconceitos e barreiras, que possa ser traduzido em ações durante a residência, mas, principalmente, prestando a atenção no SUS”, analisou ele.
Para finalizar a mesa de abertura, o coordenador de Atenção à Saúde do IFF/Fiocruz Antonio Albernaz pontuou sobre a necessidade de um modelo integral e multidisciplinar com um olhar para a saúde, levando em consideração as questões humanas. “O nascimento e a amamentação são momentos que a gente precisa tornar mais natural e intervir quando for necessário. Essa conscientização precisa ficar clara para que vocês possam seguir como multiplicadores daqui para frente, esse é o intuito”, avaliou ele.
Com carga horária de 20 horas, o curso, que possui cerca de 130 inscritos, abordará temas, como Novos Critérios da Ihac, Vantagens do aleitamento materno, Direitos da Mulher, Questões relacionadas à nutrição da gestante, parto humanizado, alivio da dor e cuidados amigo da mulher.
Sobre a Ihac
A Ihac potencializa as Políticas de Saúde da Mulher e da Criança, sendo sinérgica a outras estratégias do MS e da SES/RJ, tais como: a Rede Cegonha, rBLH, Iniciativa Unidade Básica Amiga da Amamentação (IUBAAM), Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil, Método Canguru, Estratégia Qualineo (EQN) e, atualmente, também o Aprimoramento e Inovação no Cuidado e Ensino em Obstetrícia e Neonatologia (Apice On).
Fonte: Fiocruz
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