Especialistas recomendam que, para levar uma vida saudável, é preciso não apenas fazer atividades físicas cardiovasculares, mas uma série de exercícios moderados para fortalecer os músculos. Mas há uma diferença entre a força e a potência muscular.
A primeira pode ser definida como um esforço bruto. A segunda implica uma atividade que combine esforço com velocidade e coordenação dos movimentos. Por exemplo: levantar um peso uma única vez requer força, enquanto levantá-lo várias vezes o mais rapidamente possível requer potência.
A potência muscular foi alvo de uma pesquisa realizada pelo professor Claudio Gil Araújo, diretor da Clínica de Medicina do Exercício, uma empresa baseada no Rio de Janeiro que presta serviços na área.
Após estudar quase 4 mil homens e mulheres por 15 anos, Araújo concluiu que as pessoas com maior potência muscular tendem a viver mais, segundo uma pesquisa apresentada no congresso EuroPrevent 2019, da Sociedade de Cardiologia Europeia, realizado em Portugal neste mês.
Araújo recomenda, portanto, que os exercícios musculares com pesos se concentrem mais em desenvolver a potência em vez da força muscular.
Como melhorar sua potência muscular
- Escolha pesos que não sejam nem tão leves a ponto de o exercício ficar fácil demais nem tão pesados que o tornem impossível;
- Faça de uma a três séries de levantamentos com 6 a 8 repetições;
- Levante o peso o mais rápido que consiga e o retorne à posição original lentamente. Descanse entre cada série;
- Exercite tanto a parte superior quanto a inferior do corpo. Alterne os exercícios entre uma parte e outra;
- Se o exercício ficar muito difícil, reduza o peso ou as repetições para evitar lesões. Sentir muita dor é um sinal de alerta;
- Sempre se consulte com um especialista ou um médico antes de iniciar qualquer exercício.
Potência muscular máxima e longevidade
Entre 2001 e 2016, os pesquisadores acompanharam 3.878 homens e mulheres não atletas com idades entre 41 e 85 anos.
Primeiro, os participantes fizeram uma série de exercícios em que levantavam pesos em duas ou três tentativas, com um aumento da carga entre elas.
Foi registrado o valor mais alto alcançado e calculado o esforço feito por quilo de peso corporal para determinar a potência muscular máxima de cada indivíduo.
Os participantes foram, então, divididos em quatro grupos, em que o primeiro era composto por aqueles com a menor potência muscular e o último, com a maior. Também analisaram cada indivíduo em separado, baseado em seu gênero.
A equipe acompanhou cada pessoa em média por 6,5 anos, depois dos testes iniciais, período durante o qual 247 dos homens e 75 das mulheres morreram.
Os pesquisadores descobriram que aqueles que haviam apresentado uma potência muscular máxima acima da média, segundo seu gênero, tiveram taxas de sobrevivência mais altas.
Além disso, os participantes do primeiro grupo tinham um risco de morte entre 10 e 13 vezes maior do que os dos terceiro e quarto grupos. O risco de morte para o segundo grupo foi de quatro a cinco vezes maior.
Araújo explicou que, enquanto muitas pesquisas analisaram os benefícios do aumento de força muscular em relação à longevidade, seu estudo é o primeiro a observar especificamente a potência muscular.
"Em uma idade avançada, levantar-se de uma cadeira e chutar uma bola depende mais da potência muscular que da força muscular. No entanto, a maioria dos exercícios com pesos se concentra neste segundo aspecto", disse Araújo à publicação especializada Medical News Today.
Fonte: G1
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