Pular para o conteúdo principal

Cientistas descobrem mecanismo que faz cérebro 'esquecer' que está com fome

A comida é necessária para a sobrevivência, e, por isso, os animais desenvolveram sistemas fisiológicos que os atraem para os alimentos e os mantêm repetindo o ato de se alimentar. Agora, uma pesquisa da Universidade Rockefeller, em Nova York, revelou a existência de células cerebrais com o efeito oposto: reduzir o impulso de um animal para comer.
O estudo mostra que essas células também desempenham um papel na regulação da memória e fazem parte de um circuito cerebral maior que promove uma alimentação "equilibrada".
Com base nesta pesquisa, a brasileira Estefania Azevedo, pós-doutoranda na universidade, identificou um grupo de células do hipocampo, região cerebral associada à memória, conhecidas como neurônios hD2R. E estas células se tornam ativas sempre que um camundongo é alimentado.
Colaborando com Paul Greengard e Jia Cheng, os pesquisadores também descobriram que, quando esses neurônios eram estimulados, os ratos comiam menos; e, quando eles foram silenciados, comeram mais. Em suma, os neurônios hD2R respondem à presença de alimentos, impedindo os animais de ingerirem esse alimento.
Estefania diz que, embora os animais geralmente se beneficiem de comer os alimentos diante deles, em alguns casos é útil exercitar a contenção. Por exemplo, se um animal comeu recentemente, procurar por outra refeição é desnecessário e arriscado, já que isso pode expor a predadores. Os neurônios recém-descobertos, ao que parece, ajudam os animais a pararem de se alimentar quando não mais lhes convém.
“Essas células impedem que um animal coma demais”, disse a pesquisadora ao site da universidade. "Eles parecem tornar a alimentação menos recompensadora e, nesse sentido, estão ajustando a relação do animal com a comida".

Memórias afetivas e comida

O estudo surgiu do interesse de Estefania sobre como o nosso cérebro pode influenciar nas nossas escolhas alimentares. A bioquímica explica que essa relação é muito marcada pelo prazer, que tem também relação com a memória. A cientista dá um exemplo: em geral, as memórias mais fortes com comida datam da infância, como o jantar na casa da avó ou a comida feita pela mãe quando se está doente.
— Esses tipos de memórias ficam por anos, e influenciam as nossas escolhas alimentares no futuro — pontua ela. — Olhando como o cérebro controla essa memória, estudamos o hipocampo. E descobrimos células nervosas que respondem especificamente à presença de comida. Ativando essas células de forma artificial, consegue-se fazer com que ele coma menos basicamente por mudar o quadro prazeroso com a comida e sua memória.
Na prática, a bioquímica pontua que esse estudo mostra a importância de se alimentar de forma consciente e pode ajudar no tratamento da obesidade e compulsões alimentares, especialmente nas terapias cognitivo comportamental.
— Esse tipo de terapia ajuda a diminuir o consumo por mudar a relação da comida na sua mente, e acredito que essas células são elemento importante do porquê elas funcionam para tratar pacientes com obesidade — afirma. — Elas têm várias características que podem ser moduladas com drogas específicas, isso indica um possível passo para o tratamento das compulsões alimentares.

Desfazendo a memória

Na natureza, para comer, é preciso saber onde encontrar comida. E os cérebros são bons em lembrar a localização das refeições anteriores: quando um animal encontra alimento em um local específico, faz uma conexão mental entre o local e a comida. Para testar como as células hD2R podem afetar essas conexões, Friedman e Azevedo estimularam os neurônios à medida que os ratos vagavam em torno de um ambiente repleto de alimentos.
Eles descobriram que essa intervenção fez com que os camundongos tivessem menos probabilidade de retornar à área onde a comida estava, o que sugere que a ativação do hDR2, de alguma forma, diminui as memórias relacionadas à refeição.
Outras experiências mostraram que os neurônios hD2R recebem entrada do córtex entorrinal, que processa informações sensoriais, e enviam a saída para o septo, que está envolvido na alimentação. Os pesquisadores que identificar esse circuito cerebral, concluíram que os neurônios servem como um ponto de controle regulatório entre a percepção de alimentos e a ingestão deles.
Em conjunto com análises de outros circuitos neurais, a pesquisa sugere que o cérebro tem mecanismos elaborados para ajustar o apetite: enquanto alguns sistemas ajudam um animal a lembrar e encontrar comida, outros restringem a ingestão de alimentos.
Fonte: Jornal Extra

Comentários

Populares

Curso de Eletrocardiograma

Com o Professor Ademir Batista da Cunha Local : Centro de Convenções do Barra Shopping - Avenidas das Américas, 4666 - 3º piso - Barras da Tijuca - Rio de Janeiro Início : 22/11/2011 Término : 17/01/2012 Aulas às terças-feiras das 18h às 21h Inscrições e informações Rua Figueiredo Magalhães, 219/401 - Copacabana Telfax : 2256-5191 / 2235-0856 Cel.: 9246-6514 / 92385775 E-mail: ecgtotal1989@gmail.com

NBR 6028:2021 atualizada

 

Fale com a Biblioteca

📝 Olá! Queremos saber como tem sido a sua experiência com as bibliotecas da UFF até agora.  . 👨‍💻Estamos empenhados em melhorar nossos serviços virtuais. Para isso, a Coordenação de Bibliotecas da Superintendência de Documentação da Universidade Federal Fluminense desenvolveu um formulário on-line para mapear as necessidades da nossa comunidade acadêmica. . 📝Preencha o formulário e nos ajude a oferecer serviços melhores para vocês. São apenas 15 perguntas rápidas. Vamos lá? . 🔎Onde responder? Em https://forms.gle/jmMv854ZrikiyRs29 (link clicável na Bio) . 🔺Quem deve responder? Alunos, técnicos-administrativos e professores da UFF, ex-aluno da UFF, alunos, professores e técnicos de outras instituições que utilizam as bibliotecas da UFF. . 👩‍💻Apesar de estarmos fechados para os serviços presenciais, estamos atendendo on-line pelo DM ou e-mail. . #UFF #SDC #BFM #gtmidiassociaisuff #bibliotecasuff #uffoficial  

21/05 - Endnote online

Dando continuidade ao Ciclo de Treinamentos Virtuais da Biblioteca de Manguinhos, seguimos com uma capacitação em Endnote Online, em parceria com a Clarivate. O Endnote é permite o armazenamento e a organização de referências obtidas nas buscas em bases de dados e inclusão de referências de forma manual. Permite a inclusão automática de citações e referências quando da elaboração do texto, e mudança para diversos estilos de normalização. Ela auxilia pesquisadores, docentes e alunos na elaboração de seus trabalhos científicos.  📅 Dia 21/05/2021 ⏰ Horário: das 14h às 16h 🙋‍♀️ Trainner: Deborah Assis Dias (Clarivate) ✅ Link de inscrição: http://bit.ly/treinamentoendnote

UFF Responde: Sífilis

  Outubro é marcado pela campanha nacional Outubro Verde, que visa combater a sífilis e a sífilis congênita no território brasileiro. Segundo o Boletim Epidemiológico sobre a doença, divulgado pelo Ministério da Saúde, revelou que, entre 2021 e 2022, a taxa de detecção de casos de sífilis cresceu 23%, enquanto a detecção em gestantes aumentou 15%. O aumento dos casos gera preocupação entre os especialistas. Neste UFF Responde, convidamos a professora do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal Fluminense (ISC/UFF), Sandra Costa Fonseca, para esclarecer detalhes sobre a doença, meios de prevenção e de tratamento. O que é Sífilis? Como podemos identificar os sintomas? Sandra Costa Fonseca:   A sífilis é uma infecção sistêmica de evolução crônica, causada pela bactéria Treponema pallidum. A transmissão é predominantemente sexual e em gestantes pode ocorrer a transmissão vertical para o feto (sífilis congênita). Quando não tratada, progride ao longo dos anos por vários ...