De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o quadro de
osteoporose está instalado quando há perda de 25% da massa óssea. O
problema é que a doença é silenciosa, o que dificulta a descoberta e
tratamento precoces. Especialistas são unânimes: exames de densitometria
óssea preventivos são recomendados nos homens a partir dos 50 anos e
nas mulheres, no começo da menopausa, para que o problema seja
diagnosticado antes de provocar fraturas.
Nesse ano, a International Osteoporosis Foundation (IOF), instituição
apoiada pela OMS, recomenda que os portadores de osteoporose adotem
medidas preventivas contra uma segunda fratura. Estudos realizados pela
fundação comprovam que uma pessoa que tenha sofrido fratura por causa da
osteoporose tem duas vezes mais chances de sofrer a segunda fratura, de
gravidade maior, caso a doença não seja tratada.
“Fraturas a partir dos 50 anos são preocupantes porque a maioria está
associada à osteoporose. Com o passar dos anos, a possibilidade de
fraturas graves cresce exponencialmente”, explica o ortopedista Ilídio
Pinheiro, coordenador do serviço de Ortopedia do Hospital São Vicente de
Paulo (RJ).
Pinheiro, que também é membro internacional da Academia Americana de
Cirurgia Ortopédica, lembra que uma em cada quatro mulheres que tiveram
uma fratura vertebral sofrerá nova fratura em até um ano. Como
agravante, o médico explica que ainda falta informação quando o assunto é
osteoporose.
“Pelo menos 80% dos pacientes com fratura óssea não são encaminhados
para avaliação da massa óssea, em todo o mundo, o que abre caminho para
fraturas cada vez mais graves e incapacitantes. Os familiares devem
orientar os idosos a fazer exames preventivos e, em caso de queda,
refazer a triagem óssea”, alerta.
Para quem ainda não chegou à faixa dos 50 anos, Adalto Lima,
coordenador do serviço de Ortopedia do Hospital Badim (RJ), que é membro
da Sociedade Brasileira de Ortopedia e professor substituto da UERJ,
recomenda atividades físicas e alimentação balanceada como medidas
preventivas da doença.
“A massa óssea é formada na infância e adolescência. Por isso é
fundamental que os pais incentivem hábitos saudáveis desde cedo. A
ingestão de leite e seus derivados ricos em cálcio deve ser diária”,
esclarece. Lima explica que o consumo de frutas, verduras, cereais,
carnes magras e laticínios e prática esportiva regular fortalecem os
ossos.
Mulheres pós-menopausa são bastante atingidas
A osteoporose atinge, principalmente, as mulheres após a menopausa, causando a porosidade dos ossos devido à perda da proteção, mas também atinge os homens. Segundo as conclusões de um seminário publicadas pela revista médica britânica The Lancet, o número estimado de fraturas de quadril devido à osteoporose aumentará mundialmente de 1,7 milhão, em 1990, para 8,2 milhões, em 2050.
Segundo o ortopedista Marcello Serrão, a osteoporose é uma doença
metabólica do osso, que o enfraquece por provocar perda de sua massa.
Tudo isso facilita a ocorrência de fraturas.
Apesar de não existir cura para a doença, há prevenção. Especialistas
recomendam uma dieta alimentar balanceada, rica em cálcio, com
alimentos como peixe, leite, couve, brócolis e feijão. Além desses
cuidados, são essenciais a prática de exercícios físicos regulares e o
banho de sol.
“O melhor é uma vida saudável: praticar atividade física
regularmente, evitar excesso de consumo de café e não fumar”, indica Dr.
Marcello.
A atividade física aumenta a força muscular sobre os ossos, sendo um
estímulo fundamental para a manutenção e o aumento da massa óssea. Os
exercícios físicos devem ser realizados de forma regular três vezes por
semana, com intervalo entre as sessões de 24 a 48 horas. É muito
importante que esses exercícios sejam realizados com o paciente
suportando o seu próprio peso, em função da força que os músculos
exercem sobre os ossos da coluna e dos membros inferiores. A massa óssea
é relacionada à ação da musculatura sobre o osso, deste modo,
exercícios gravitacionais são mais efetivos. Um programa ideal de
atividade física deve ter exercícios aeróbicos de baixo impacto,
exercícios de fortalecimento muscular, a fim de diminuir a incidência de
quedas. Os exercícios com pesos leves aumentam a massa muscular e a
força dos músculos esqueléticos. Dr. Marcello lembra que a diminuição da
força do quadríceps é um risco para ocorrência de fraturas do quadril.
“O benefício primário da atividade física é evitar a perda óssea que
ocorre com a inatividade, o que de certa maneira pode reduzir o risco
de fraturas. Entretanto, não pode ser recomendada como substituta do
tratamento medicamentoso apropriado”, recomenda o médico.
O tratamento da osteoporose, de acordo com Serrão, começa por uma
vida saudável. Outra dica do médico é estar atento à osteopenia (estágio
pré-osteoporose), se cuidar e aumentar a ingestão de cálcio. O
diagnóstico pode ser feito através de exames anuais, recomendados a
partir dos 40 anos, que medem a altura. Esse método permite a detecção
do início do processo de perda óssea, que deve ser comprovado por um
exame específico: a densitometria óssea.
Fonte : O Fluminense
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