Nos últimos 10 anos, o número de casos de hanseníase no Brasil caiu
26%. Em 2011, foram registrados 33.955 casos novos, contra 45.874 em
2001. O recuo da doença é um dos destaques do estudo Saúde Brasil 2011,
apresentado durante a 12ª Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas
em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças (Expoepi). O evento,
do Ministério da Saúde, termina nesta sexta-feira (19).
O estudo, que faz uma análise da situação de saúde dos brasileiros,
revela ainda que o coeficiente de detecção de casos novos por 100 mil
habitantes também reduziu: 26,61 (2001) para 17,65 (2011) – queda de
34%. A publicação também mostra que o número de casos novos em menores
de 15 anos caiu 32% nos últimos 10 anos. Em 2011, foram registrados
2.420 casos novos de hanseníase em menores de 15 anos e um coeficiente
de detecção de 5,2 por 100 mil habitantes – em 2001, o coeficiente era
de 6,96.
A redução pode ser justificada pela ampliação da oferta de tratamento
nas unidades públicas de saúde, pelo aumento da capacidade de
profissionais para realizar diagnósticos e, ainda, pelo esforço dos
profissionais da rede básica e dos centros de referência. O Ministério
da Saúde tem o compromisso de eliminar a hanseníase como problema de
saúde pública até 2015, o que significa alcançar menos de um caso por
10.000 habitantes. Em 2011, o Brasil registrou 1,54 casos para cada
10.000 habitantes, correspondendo a 29.690 casos em tratamento.
BUSCA ATIVA - Para impulsionar o combate à hanseníase
como problema de saúde pública, o Ministério da Saúde lançou o “Plano
Integrado de Ações Estratégicas para Enfrentamento das Doenças em
Eliminação”. O plano está focado nas atividades de busca ativa de casos e
oferta de tratamento para este grupo de doenças. O Ministério da Saúde
também disponibilizou recursos de R$ 25 milhões para 796 municípios
prioritários, com a maior carga das seguintes doenças: Hanseníase,
Tracoma, Geohelmintíases e Esquistossomose.
A hanseníase éuma doença infecciosa que atinge a pele e os nervos dos
braços, mãos, pernas, pés, rosto, orelhas, olhos e nariz. O tempo entre o
contágio e o aparecimento dos sintomas é longo e varia de dois a cinco
anos. É importante que, ao perceber algum sinal, a pessoa com suspeita
de hanseníase não se automedique e procure imediatamente um serviço de
saúde mais próximo.
É preciso observar manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas
em qualquer parte do corpo e áreas da pele. Estas manchas não causam
coceiras, mas produzem a sensação de formigamento e ficam dormentes, com
diminuição ou ausência de dor, da sensibilidade ao calor, ao frio e ao
toque.
TRATAMENTO - Todos os casos de hanseníase têm
tratamento e cura. A doença pode causar incapacidades físicas, evitadas
com o diagnóstico precoce e o tratamento imediato, disponíveis no
Sistema Único de Saúde (SUS). O tratamento, que é gratuito e eficaz,
pode durar de seis a 12 meses. Os medicamentos devem ser tomados todos
os dias em casa e, uma vez por mês, no serviço de saúde. O tratamento é
complementado com exercícios, para prevenir as incapacidades físicas, e
com as orientações da equipe de saúde.
Fonte : Portal da Saúde
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