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Estudo revolucionário pode resultar na descoberta de vacina contra Aids

Uma grande notícia é assunto de uma das mais conceituadas publicações científicas do mundo. Pesquisadores, inclusive brasileiros, participaram de um estudo revolucionário que pode resultar na descoberta de uma vacina contra a Aids, uma doença que mata 2,5 milhões de pessoas ao ano.

Há 16 anos, um homem surpreendeu os cientistas que pesquisavam Aids. Eric Fucks viveu os anos loucos quando a epidemia começou a se espalhar em Nova York, mas nunca desenvolveu a doença. Foi o primeiro identificado com uma característica genética que não impede a contaminação, mas bloqueia a reprodução do vírus no organismo. Um mistério, mas não um milagre.


Hoje os cientistas já sabem que uma em cada 300 pessoas tem essa característica genética que impede o desenvolvimento da Aids, a doença, em pessoas contaminadas com o vírus HIV. Mas como funciona essa proteção? Qual é o mecanismo por trás dessa característica? E como transformar isso num benefício para todos? As respostas começaram a surgir em uma pesquisa com a colaboração de brasileiros


A pesquisa liderada pelo americano David Watkins teve participação fundamental de cientistas da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio. Eles usaram a vacina contra febre amarela, que foi desenvolvida no Brasil, como base para criar outra, contra a Aids dos macacos, provocada pelo SIV, variante do HIV, que causa a doença entre os bichos.


O resultado, publicado na edição deste domingo (30) da Nature, a revista científica mais importante do mundo, pode mudar os rumos da busca por uma vacina contra Aids.


Na equipe, um jovem de 24 anos, que ainda nem terminou a faculdade. “Nossa vacina é baseada em engenharia genética. Toda essa parte da construção dos compostos fui eu que fiz”, conta Marlon Santana, bolsista da Fiocruz.


A engenharia genética funcionou assim: apenas um milésimo do DNA do vírus do SIV foi incorporado à vacina da febre amarela, justamente o pedaço que os cientistas acreditavam estar ligado à resistência contra o vírus.


Oitenta macacos resus foram vacinados e depois expostos ao vírus em um laboratório em Miami. Todos desenvolveram a proteção natural. E o mistério começou a ser desvendado.


Normalmente, quando entra na corrente sanguínea, o HIV invade as células brancas do sangue e cola o seu DNA no da célula, que passa a produzir centenas de cópias do invasor. É a fábrica de vírus, que são liberados no sangue para invadir outras células e continuar se reproduzindo e tomando conta de todo o organismo. Quarenta e oito horas depois de contaminada, e de ajudar a produzir milhares de vírus, a célula de defesa morre e a pessoa contaminada fica exposta às infecções provocadas pela Aids. Nos macacos vacinados, foi diferente.


“Eles têm células assassinas contra o vírus. Eles estão destruindo a fabrica do vírus dentro dos macacos”, explica Watkins.


A vacina estimulou a produção de células T, as células assassinas, porque elas identificam o glóbulo branco contaminado, colam nele e despejam uma substância que provoca a morte do glóbulo branco antes que o vírus comece a se reproduzir. É a capacidade de produzir essas células T que evita a infecção.


“O que precisamos agora é entender porque essas células T em particular são tão eficientes em controlar o vírus. Se entendermos isso, aplicaremos os mesmo princípios na vacinação para humanos”, diz o cientista.


É um novo conceito de vacina, diferente da tradicional, que estimula a produção de anticorpos.


“Nós não estamos resolvendo o problema, mas nós estamos ajudando a nortear por onde o desenvolvimento de uma vacina da AIDS tem que seguir”, acredita.


E se esse caminho levar à vacina, o Brasil estará numa posição privilegiada. Como o maior produtor mundial de vacina de febre amarela, poderá ter também a dianteira na produção de uma vacina contra a Aids.



Fonte : G1

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