O Ministério da Saúde irá promover uma pesquisa inédita para avaliar o
impacto e a efetividade das políticas públicas de medicamentos no
Brasil. O estudo, que será realizado em parceria com 11 universidades
federais e a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), vai traçar uma
radiografia sobre o consumo e o acesso a medicamentos entre a população
brasileira.
O principal objetivo é coletar dados e indicadores para priorizar os
rumos estratégicos da Polícia Nacional de Assistência Farmacêutica no
Sistema Único de Saúde (SUS). O Brasil está entre os 10 países que mais
comercializam medicamentos. Por ano, o ministério investe R$ 9 bilhões
na compra de remédios que são distribuídos pelo SUS.
Denominado Pesquisa Nacional sobre Acesso, Utilização e Promoção do Uso
Racional de Medicamentos (PNAUM), a avaliação vai expressar o acesso e o
uso da população aos medicamentos, caracterizando as condições de saúde
de seus usuários e de que forma são acessados. O estudo será dividido
em dois componentes - inquérito e serviço - e também levará em
consideração as variáveis demográficas, sociais, estilo de vida e
morbidade dos participantes.
“A pesquisa vai nos ajudar a fortalecer a política de assistência
farmacêutica no país e seus resultados irão permitir um melhor
direcionamento das ações, garantindo cobertura mais ampla e eficaz dos
medicamentos fornecidos pelo SUS”, explica o ministro da Saúde,
Alexandre Padilha.
Coordenada pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos
Estratégicos do Ministério da Saúde, o estudo será aplicado em 35 mil
residências de todos os estados brasileiros. Farão parte da amostra 300
municípios brasileiros.
Para o pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS), Sotero Serrate Mengue - responsável pelo componente inquérito
da pesquisa - a avaliação vai permitir identificar o que, de fato, as
pessoas estão precisando. “Vamos ter uma ideia se o que falta são
medicamentos ou se é necessário criar uma política pública para ajudar a
prescrição e o uso racional dos remédios já ofertados”, explicou. De
acordo com o professor, devido ao detalhamento e a escala, a pesquisa
representa um ponto de partida para reestruturação da política de
medicamentos no país.
SERVIÇO - O segundo componente da pesquisa vai avaliar
o serviço prestado à população na Atenção Básica e o espaço onde o
medicamento é prescrito: as unidades básicas de saúde e seus diferentes
atores. Para essa etapa, serão entrevistadas quatro mil pessoas, 380
unidades, 800 profissionais de saúde e 135 coordenadores da assistência
farmacêutica nos municípios. O questionário vai coletar informações
sobre como é o atendimento prestado ao paciente, desde a prescrição e
retirada do medicamento até o acompanhamento durante o tratamento nas
unidades de saúde. Também serão analisadas as receitas médicas quanto à
qualidade, letra, posologia e prescrição racional do uso do medicamento.
“O conjunto dessas variáveis vai nos mostrar que tipo de assistência existe nas diferentes comunidades. A partir destes dados, vamos analisar quais são os fatores que atuam, piorando ou melhorando o acesso aos medicamentos,” explica a coordenadora desse componente da pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais, Elza Machado de Melo. “A pesquisa vai garantir que a política de assistência farmacêutica seja mais efetiva, capaz de contemplar a grande heterogeneidade brasileira”, observa Elza.
“O conjunto dessas variáveis vai nos mostrar que tipo de assistência existe nas diferentes comunidades. A partir destes dados, vamos analisar quais são os fatores que atuam, piorando ou melhorando o acesso aos medicamentos,” explica a coordenadora desse componente da pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais, Elza Machado de Melo. “A pesquisa vai garantir que a política de assistência farmacêutica seja mais efetiva, capaz de contemplar a grande heterogeneidade brasileira”, observa Elza.
Os questionários que avaliam o componente serviço começam a ser
aplicados ainda em novembro e deve durar cerca de três meses. Neste
momento as universidades estão testando os instrumentos de pesquisa,
para torná-los ainda mais rápidos e objetivos. Já o componente inquérito
começa a ser aplicado no início do próximo ano.
Os resultados da pesquisa serão divulgados até o final de 2013. A
expectativa do Ministério da Saúde é produzir evidências que permitam
alinhar as políticas públicas farmacêuticas aos princípios e diretrizes
do SUS.
Fonte: Portal da Saúde
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