Pesquisadores americanos identificaram uma mutação genética que causa
surdez, associada a uma doença chamada síndrome de Usher tipo 1. A
mutação e a perda de audição também podem aparecer em pessoas que não
têm a síndrome.
De acordo com o pesquisador que liderou o trabalho, Zubair Ahmed, uma
proteína chamada CIB2, que se liga ao cálcio dentro das células, é a
chave para explicar esse tipo de surdez. Isso porque, quando esse
processo é interrompido, compromete o mecanismo que converte energia
mecânica ou de movimento em uma forma de energia que o cérebro reconhece
como som.
Os autores avaliaram também 57 pessoas do Paquistão e da Turquia.
Mutações ligadas à CIB2 são a causa mais comum de perda auditiva "não
sindrômica" no Paquistão, destaca Ahmed. Já entre a população turca, foi
achada outra alteração nessa proteína que contribui para a surdez.
Em animais, a CIB2 existe nos cílios (espécie de pelos) das células
localizadas dentro do ouvido, que respondem ao movimento de um fluido na
região e possibilitam tanto a audição quanto o equilíbrio. Além desse
lugar, a proteína está presente nas células receptoras de luz da retina,
que convertem a luminosidade em sinais elétricos e permitem a
visualização de imagens. A síndrome de Usher tem como sintomas, além da
surdez, a perda de visão periférica e a cegueira noturna.
Segundo Ahmed, com esse conhecimento, a ciência está um passo mais
perto de compreender o mecanismo de tradução mecânica e elétrica
envolvido na audição e, eventualmente, descobrir um tratamento para
prevenir a surdez em determinados casos.
O estudo foi feito por cientistas da Universidade de Cincinnati e do
Centro Médico do Hospital Infantil de Cincinnati e foi publicado neste
domingo (30) na edição online da revista "Nature Genetics". Também
colaboraram o Instituto Nacional de Surdez e Outros Distúrbios da
Comunicação (NIDCD), a Faculdade de Medicina Baylor, no Texas, e a
Universidade de Kentucky.
Fonte : G1
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