Ver uma pessoa durante uma crise de convulsão assusta, mas é importante
manter a calma e não tentar segurá-la ou tomar atitudes exageradas na
tentativa de socorrê-la. Apesar de assustar, a convulsão dificilmente
deixa seqüelas, como explicou o neurologista Marcelo Calderaro.
O socorro a uma crise convulsiva é importante e cercado de diversos
mitos. É importante manter a calma e colocar a pessoa em uma situação de
segurança para que ela não caia ou bata a cabeça. Além disso, caso ela
esteja salivando, é importante deitá-la com a cabeça de lado para evitar
que ela se sufoque com a própria saliva.
Algumas pessoas acreditam que colocar objetos, como canetas, panos
enrolados ou até mesmo o dedo pode ajudar a não enrolar a língua, mas
isso é errado, como explicou a pediatra Ana Escobar.
A língua não pode causar engasgo e não há como ser engolida; apenas
fica endurecida durante a crise assim como os outros músculos do corpo.
Fora isso, a pessoa que usa o dedo para desenrolar a língua pode se
machucar já que a outra em crise convulsiva pode involuntariamente
mordê-la. Além disso, não pode segurar a pessoa, não pode dar tapas, não
pode dar remédios e não pode jogar água na cara de quem estiver tendo
uma convulsão.
Os sintomas mais comuns das convulsões são contrações fortes por todo o
corpo, principalmente nos braços e pernas, lábios azulados, olhos
virados para cima, inconsciência e salivação abundante.
Ela pode ser causada por hemorragia, intoxicação por produtos químicos,
falta de oxigenação no cérebro, efeitos colaterais provocados por
medicamentos ou doenças como epilepsia, tétano, meningite e tumores
cerebrais.
O Bem Estar mostrou a história do Eduardo Caminada Júnior (veja no vídeo ao lado),
que tem epilepsia. A primeira crise foi aos três anos de idade e, com
27 anos, ele descobriu uma lesão profunda no cérebro. Mesmo com o
problema, ele procura viver da melhor maneira possível.
Segundo o Eduardo, existe muito preconceito dos próprios pacientes que
têm a doença porque eles acabam se limitando e usando a epilepsia para
não seguir em frente. Para ajudar essas pessoas, ele tem um site sobre o
assunto (clique aqui).
Convulsão febril
Segundo a pediatra Ana Escobar, esse tipo de convulsão é igual às outras, mas acontece somente com crianças entre 5 meses e 5 anos, quando o cérebro ainda não está totalmente formado e não consegue reconhecer completamente os estímulos.
Existem fatores genéticos que predispõem para a ocorrência da convulsão
febril, porém infecções virais, como as gripes e os resfriados, bem
como as infecções bacterianas, como infecção de ouvido, sinusite,
pneumonia são doenças que podem levar à convulsão por apresentarem febre
na sua evolução.
Se a criança começa a ter febre forte, é preciso baixá-la o mais rápido
possível para evitar uma possível convulsão. Segundo a pediatra Ana
Escobar, um banho morno pode ajudar a baixar a febre entre 37 e 38
graus. A partir dos 38 graus, já é sinal para usar medicamentos, como o
paracetamol, dipiroma e o ibuprofeno. Mas mesmo com a febre alta, nem
toda criança vai convulsionar. Se acontecer, é preciso ir rapidamente
para o hospital.
Fonte : G1
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