O Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap) é uma unidade acadêmica especial, voltada à realização de procedimentos de alta complexidade. Atualmente, o Huap trabalha em comunicação permanente com o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), bombeiros e hospitais do entorno de Niterói. A interação ocorre por meio da Central de Regulação do Estado/Município, que é a ideia do Sistema Único de Saúde (SUS) como rede de atendimento à população. Foi também criado dentro do Huap o Núcleo Interno de Regulação (NIR), que tem a função de controlar os leitos na entrada e na saída, de forma institucionalizada e despersonalizada, obedecendo a critérios de prioridade e funcionalidade. Os leitos passam a ser do hospital e não mais de uma determinada área ou especialidade.
Segundo o diretor-geral do Huap, Tarcísio Rivello, essas medidas inovadoras têm o objetivo de adequar o hospital ao perfil de casos de alta complexidade. É a maneira de racionalizar e melhor utilizar os cerca de 265 leitos disponíveis, incluindo os das UTIs neonatal e de adultos e da unidade coronariana para tratamento das 46 especialidades que o hospital atende. Dentre os seus pontos fortes, o Huap realiza hoje cirurgias altamente complexas, como as áreas de transplantes renal, de córnea e cardíacos. A maternidade é para atendimentos de alto risco e, para isso, conta com sete leitos na UTI neonatal e oito na unidade intermediária, com a mãe dando suporte. A direção do hospital busca ampliar esse tipo de atendimento e, ao mesmo tempo, reduzir o percentual das cirurgias de média complexidade, como as de vesícula, as patologias biodigestivas, pulmonares, dentre outras, que podem ser bem atendidas por outros hospitais da região.
Uma vez que é hospital universitário, o Antônio Pedro funciona agora como uma emergência especializada. A intenção é oferecer a uma pessoa que, por exemplo, foi encaminhada ao Huap com aneurisma cerebral ser rapidamente diagnosticada, tratada e ter seu aneurisma bloqueado com "stent" ou clipe-mola, podendo assim voltar à vida normal. Outro caso, afirma Tarcísio Rivello, é o do paciente que chega com um acidente vascular cerebral (AVC) transitório, revelando no diagnóstico uma placa ulcerada da carótida. O que se busca é colocá-lo na sala de cirurgia o mais rápido possível, operá-lo e recuperar o paciente sem sequelas.
"Nesse padrão de hospital, o paciente não tem de ficar internado na emergência, mas ter solução rápida, pois são muitas as situações emergenciais complexas", afirmou o diretor-geral do Huap. "No caso de pacientes com AVC pleno, já instalado, com hemorragia, é preciso operar imediatamente antes que o acidente provoque sequelas que tiram fala, visão, audição ou movimentos", completou Rivello.
Tarcísio Rivello explica que para o atendimento de alta complexidade é necessário que o paciente já venha com diagnóstico de outro hospital da rede municipal ou estadual ou que tenha passado pela triagem interna do NIR. Por exemplo, um paciente que chega com dor torácica provocada por infarto agudo do miocárdio, num "padrão-ouro" de atendimento, é rapidamente colocado numa mesa de cineangiocoronariografia. Mas, para isso, é preciso ter duas máquinas em plantão, além da possibilidade de cirurgia cardíaca em "stand by", isto é, com equipes alcançáveis, caso a situação se complique. "Hoje, tudo isso já é feito, mas precisamos avançar mais, temos de melhorar a informação e é preciso mais investimento, mais equipes, mais centros cirúrgicos", disse o diretor-geral do Huap.
Fonte : UFF Notícias
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