O Rio de Janeiro e Niterói vão ficar cor de rosa em outubro. A
exemplo do que fez em 2011, quando iluminou pela primeira vez a Igreja
da Penha, a Fundação Laço Rosa vai aproveitar o mês em que se chama a
atenção para a conscientização do câncer de mama para iluminar de rosa,
pela primeira vez, o Museu de Arte Contemporânea em Niterói, a Câmara
dos Vereadores, na Cinelândia, e o arco do metrô, na Praça da Bandeira,
além de promover debates, ações de saúde e pedaladas em vários pontos da
cidade. O Cristo Redentor, o primeiro monumento a ganhar tons de rosa
na luta contra a doença, não foi esquecido e será iluminado novamente,
numa ação em conjunto com a Federação Brasileira de Instituições
Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama).
O evento tem como objetivo promover uma verdadeira “Onda Rosa”,
movimento que começou ano passado e que chama a atenção da sociedade
carioca para a necessidade de se fazer exames e detectar o mais rápido
possível o câncer de mama. Segundo dados do Inca, a Cidade Maravilhosa
continua aparecendo como segunda capital com alto índice de morte por
câncer de mama. A Onda Rosa vai comemorar também o sucesso do 1º Banco
de Perucas online, que vem atendendo pacientes por todo o Brasil através
do empréstimo de perucas.
A iluminação rosa nos monumentos começou na última quarta-feira, pelo
arco do metrô, na Praça da Bandeira e segue para o Palácio Pedro
Ernesto, onde fica a Câmera dos Vereadores, na Cinelândia. Lá, no final
do dia, acontecerá também um flash mob - mobilização feita por pessoas
em torno de uma causa – feita com guarda-chuvas.
A novidade esse ano na iluminação fica por conta do Museu de Arte
Contemporânea (MAC), em Niterói, que pela primeira vez vai participar do
movimento.
Quem assina o projeto de luz é Peter Gasper, que vai se dividir em
dois pontos da cidade, já que também assina a iluminação do Cristo.
Doença – Dados da Organização Mundial da Saúde projetam pelo menos
1,66 milhão de novos casos da doença em todo o mundo em 2013. No Brasil,
as estimativas do Inca são de aproximadamente 63 mil novos casos até o
final desse ano. Apesar de o câncer de mama ser o tumor que mais mata
mulheres em todo o mundo, os índices de cura chegam até 90% quando a
doença é descoberta em estágio inicial, segundo o Ministério da Saúde.
Por isso é tão importante que essa informação chegue a todas as
mulheres, mesmo as que não estão no grupo de risco para o câncer de
mama: idade acima de 50 anos ou casos de câncer de mama e/ou ovário na
família.
Alimentação – Pesquisas recentes realizadas pelo
Instituto Nacional do Câncer (Inca) indicam que a ocorrência de câncer
tem relação direta com hábitos de comportamento e consumo de cada
pessoa. Os pesquisadores alertam que fatores como o tabagismo, o consumo
de álcool e a alimentação são mais relevantes que os genéticos. Segundo
a instituição, uma alimentação rica e balanceada pode reduzir em até
40% o risco de desenvolvimento da doença. Por isso, a ingestão de
frutas, verduras, grãos integrais, legumes e cereais é fundamental para
manter o bom funcionamento do organismo, já que os nutrientes contidos
nesses alimentos auxiliam as defesas naturais do corpo a prevenir o
aparecimento de tumores.
Uma alimentação saudável pode ajudar a prevenir diversos tipos de
câncer, principalmente o gastrointestinal (o câncer de boca, esôfago,
estômago e intestino), além do câncer de mama e de próstata. Conforme
análise do Inca, no Brasil, as taxas de mortalidade pela doença são
maiores nos tipos de câncer relacionados aos hábitos alimentares. Em
2010, o Ministério da Saúde entrevistou 54.367 pessoas e identificou
que, apesar de os brasileiros estarem consumindo mais frutas e verduras,
continuam a comer muita carne gordurosa (1 em cada 3 entrevistados) e
têm optado por alimentos práticos, como comidas semiprontas, que são
menos nutritivas; hábitos que podem influir no surgimento da doença.
De acordo com a nutricionista do Centro Oncológico de Niterói (CON)
Juliana Martins, ter uma dieta equilibrada rica em verduras, cereais,
legumes e frutas ajuda a manter o organismo funcionando adequadamente e,
consequentemente, pode prevenir o crescimento desordenado de células,
que provoca a doença. “No nosso dia a dia necessitamos de alimentos
ricos das mais diversas vitaminas, nutrientes e substâncias
antioxidantes fundamentais para uma saúde de qualidade e proteção
celular. Esses nutrientes atuam como guardiões do corpo, protegendo o
organismo de possíveis agentes cancerígenos”, comenta a especialista.
Estudos – Pesquisa realizada no Brasil comprovou que
o uso associado de dois anticorpos monoclonais – o pertuzumabe e o
trastuzumabe – antes da cirurgia de câncer de mama leva ao
desaparecimento total do tumor em quase 20% dos casos. Quando a
quimioterapia é somada ao tratamento, o desaparecimento chega a 50% das
pacientes. Aquelas cujos tumores responderam a essas drogas podem
continuar o tratamento sem a necessidade da quimioterapia, evitando os
efeitos adversos.
“O resultado muda completamente a conduta médica no tratamento da
doença”, afirma o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia
(SBM), José Luiz Pedrini, coordenador do Serviço de Mastologia do
Hospital Conceição (RS), instituição participante do estudo Neosphere,
realizado mundialmente.
Outra pesquisa lança luz sobre os benefícios do pertuzumabe
isoladamente. A droga pode aumentar em 50% a sobrevida das pacientes
vítimas de câncer de mama. O estudo também internacional, batizado de
Cleópatra, contou com a participação de centros de referência em
pesquisa no Brasil.
O pertuzumabeage de forma semelhante a uma vacina, atacando as
células cancerosas e impedindo sua proliferação. O medicamento é
recomendado para os casos mais avançados da doença, de acordo com
Pedrini.
“Não se trata de cura, mas da possibilidade de controle do câncer”, explica.
A nova droga já é comercializada na Europa, mas no Brasil ainda
depende de aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), o que deve acontecer em 2013. Os dados sobre o uso do
pertuzumabe foram publicados em janeiro na New England Journal of
Medicine e validados em maio pela Agência Europeia de Medicamentos.
Fonte : O Fluminense
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